Pessoas Incluindo Pessoas

EP 02 – Acessibilidade e Tecnologia na era da Inteligência Artificial

Neste segundo episódio do podcast “Pessoas Incluindo Pessoas”, discutimos como a tecnologia e a inteligência artificial estão revolucionando a vida das pessoas com deficiência, criando novas oportunidades e ferramentas que tornam o cotidiano mais inclusivo e acessível. Para essa conversa, tivemos a honra de receber dois especialistas no assunto: o Professor Dr. Emilio Figueira e o Engenheiro e Matemático Marco Pellegrini.

EP 02 – Acessibilidade e Tecnologia na era da Inteligência Artificial

Mais um episódio do podcast “Pessoas Incluindo Pessoas” no ar! Desta vez, recebemos Emílio Figueira e Marco Pellegrini para conversar sobre um assunto que ambos dominam e praticam em suas rotinas: “Acessibilidade e Tecnologia na era da Inteligência Artificial”.

Conheça Nossos Convidados do Podcast

Emílio é jornalista, psicólogo, psicanalista, cientista, teólogo, escritor, dramaturgo e poeta brasileiro, com mais de 119 livros publicados. Durante seu parto, passou por uma asfixia e teve como consequência a paralisia cerebral, comprometendo a coordenação motora e a fala. Hoje a IA é sua grande aliada na forma como ele se coloca no mundo e um grande suporte na produção de seus conteúdos.

 

Marco é matemático, professor, pesquisador e foi secretário Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Ativista dedicado, é tetraplégico desde 1991, desde essa época luta para democratizar a acessibilidade e uso da tecnologia como aliada para uma vida com mais liberdade, autonomia e protagonismo social.

 

Aperta o play e confere o nosso bate-papo, está imperdível!

Pessoas Incluindo Pessoas, episódio 002 - Acessibilidade e Tecnologia na era da Inteligência Artificial, com Emílio Figueira e Marco Pellegrini.

Leia a transcrição da conversa

Vinheta

 

Pessoas Incluindo Pessoas.

 

 

Flávia Cintra

 

Esse e o segundo episódio do podcast do Instituto Paradigma, Pessoas Incluindo Pessoas.

 

Eu sou a Flávia Cintra, uma mulher branca de 51 anos de idade, olhos e cabelos castanhos.

 

Estou sentada na minha cadeira de rodas com alguns amigos, entre eles o Arthur Calasans, a voz de Val Paviatti.

 

E pro dia de hoje, quando escolhemos o tema tecnologia a favor da inclusão, com ênfase no uso da Inteligência Artificial nos dias de hoje, nós temos dois convidados ilustres.

 

 

Val Paviatti

 

Nesse episódio temos dois convidados, Professor Emílio Figueira. Emílio é um homem com paralisia cerebral, com comprometimentos na fala e nos movimentos do corpo.

 

Viveu inúmeras possibilidades na vida como escritor, jornalista, psicólogo e teólogo independente.

 

Com mais de 100 livros lançados, é dono de uma variada obra em livros impressos e digitais.

 

Figueira foi professor e conferencista de pós-graduação principalmente em temas que envolvem Educação Inclusiva.

 

Atualmente, dedica-se a escrever roteiros e projetos audiovisuais.

 

Nosso segundo convidado é Marco Pellegrini, Especialista em tecnologia assistiva, consultor, ativista e articulador de políticas de inclusão sociais.

 

Foi secretário Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência no Ministério de Direitos Humanos entre os anos de 2016, 2018.

 

 

Val Paviatti

 

Secretário Estadual Adjunto dos Direitos da Pessoa com Deficiência em São Paulo, no período de 2008 a 2015.

 

Atualmente é diretor da AME. Acesse www.ame-sp.org.br.

 

Marco também é Coordenador de Mobilidade e Transporte na Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo.

 

 

Flávia Cintra

 

Nesse momento em que a gente está vivendo uma transição, a tecnologia mudou a vida de tanta gente, por que seria diferente com as pessoas com deficiência?

 

Vamos tratar sobre isso hoje, né Arthur?

 

 

Arthur Calazans

 

Sim… Vamos tratar sobre isso hoje. Eu acho que esse é o propósito do programa, do nosso podcast! É ser um podcast diferente!

 

E é o propósito do Instituto Paradigma. É dar protagonismo as pessoas com deficiência, a todas as pessoas… as pessoas que falam, as pessoas que falam diferente. É esse o nosso objetivo. E acho que esse programa é um marco.

 

 

Flávia Cintra

 

Para esse momento, né?

 

 

Arthur Calazans

 

Para esse momento.

 

 

Flávia Cintra

 

Acho que você está falando sobre isso, Artur, por conta da fala do Emílio! Que o Emílio tem, né Emílio, a gente fez questão de trazer o Emílio aqui para esse papo.

 

E o próprio Emílio sugeriu que a gente usasse um recurso da Inteligência Artificial, para que ele pudesse se expressar do modo como ele gostaria. É isso Emílio?

 

 

Emílio

 

É isso mesmo. Eu queria mostrar como eu me reporto.

 

 

Flávia Cintra

 

A gente estava pensando, em como não abrir mão da Contribuição que o Emílio tem para nos dar. E aí, nós antecipamos para o Emílio as perguntas que nós faríamos para ele. E o que você fez, Emílio?

 

 

Emílio Figueira

 

E eu escrevi e queria demonstrar para vocês e assim tivessem compreensão.

 

 

Flávia Cintra

 

Boa! Bom, então vamos começar. Emílio já se apresenta para a gente, já conta um pouquinho sobre como foi que aconteceu o seu envolvimento com a tecnologia durante a sua história de vida.

 

Vamos lá, vamos ouvir o Emílio.

 

 

Emílio Figueira

 

Aqui está o primeiro áudio, podemos rodar?

 

 

Flávia Cintra

 

Primeiro Áudio, solta aí.

 

 

Emílio Figueira

 

Olá, meu nome é Emílio Figueira, sou um homem branco, magro, careca, uso barba um pouco grisalha, uso óculos e tenho um sorriso fácil.

 

E devo lhe advertir. Senta que lá vem história!

 

Nasci com paralisia cerebral no fim dos anos 1960, com sérias complicações de coordenação motora, com caligrafia ilegível e pronúncia difícil de entender.

 

Foram mais de uma década de intensos tratamentos como paciente semi-interno na Associação de Assistência à Criança Deficiente, a AACD.

 

Aos 11 anos deixei São Paulo, mudei me para uma pequena cidade do interior e descobri meu talento para a escrita.

 

 

Emílio Figueira

 

Ganhei minha primeira máquina de escrever em 1983. E desde então escrevi muito, colaborando com jornais e trocando correspondências.

 

Em 1989, já morando em uma cidade maior, continuei a lutar pelos direitos das pessoas com deficiência, fazendo amizades e aprendendo muito com nomes importantes e históricos desse movimento.

 

Nos anos 1990 surgiram os computadores. Eu pensava que nunca conseguiria dominar o teclado com minhas mãos pesadas, parecendo mais marretas do que dedos.

 

Mas sabe como é, a gente às vezes se autoengana e se autolimita sem nem perceber.

 

Aí, um belo dia de 1994, lá estava eu dando meus passinhos, literalmente até uma escola de informática, e fui me desenvolvendo normalmente ao longo dos meses.

 

Com o computador minhas asas cresceram, os contatos se multiplicaram tanto aqui no Brasil quanto lá fora, e eu mergulhei de cabeça na minha carreira científica na USP.

 

E quando a internet chegou, meu amigo, aí que a coisa ficou séria. E-mails voando para lá¡ e para cá. Mensagens de texto pipocando em minhas pesquisas e escritos, ganhando o mundo digital.

 

E sabe o que mais?

 

Fiz cursos de artes gráficas, diagramação e linguagens de programação, criando meus próprios sites e blogs.

 

No início de 2007 eu estava de volta e morando em definitivo aqui em Sampa.

 

Sabe, desde pequeno sempre fui apaixonado em ficar trabalhando sozinho na mesa em um canto do meu quarto.

 

E rememorando comigo mesmo, ao longo de quatro décadas, o computador e suas tecnologias aliadas têm sido meus grandes parceiros, me impulsionando a me aventurar e a me expressar de diversas maneiras e verbos.

 

Estudar, comunicar, editar, programar, palestrar, militar. Graças ao computador, fiz três faculdades, jornalismo, psicologia, teologia, encarando trabalhos e provas sem precisar me preocupar com minha caligrafia ilegível.

 

 

Emílio

 

Um mestrado em Educação Inclusiva, seis pós-graduações e até dois doutorados.

 

São mais de 100 artigos científicos veiculado em vários Países e mais de 500 textos jornalísticos publicados sobre questões humanitárias.

 

E entre editoras tradicionais e publicações independentes, já são 118 títulos lançados em cinco idiomas.

 

Ah, e aí vem 2023, trazendo consigo uma onda de Inteligência Artificial que está revolucionando o mundo.

 

Como entusiasta, eu mergulhei de cabeça nesse universo, estudando, praticando e soltando a criatividade em todos os cantos.

 

E por meio da Inteligência Artificial, compensando minha dificuldade de pronúncia, cá estou me comunicando com vocês.

 

Bem, como avisei no começo, modestamente, eu teria história para contar.

 

 

(Palmas, congratulações de todos.)

 

 

Val Paviatti

 

Emílio, que máximo!

 

É muito legal ter você com a gente aqui no Instituto Paradigma nesse episódio, “Pessoas Incluindo Pessoas”. É sensacional ter você e o Marco nesse novo episódio.

 

Olá pessoal! Eu sou a Val Paviatti.

 

Estou aqui ao lado dos meus amigos mais uma vez e dessa bancada eu sou uma mulher branca, uso óculos, cabelos e olhos castanhos, cabelo encaracolado.

 

E aproveitando já, eu estava comentando aqui com o Marco, fiquei sabendo Flávia, Arthur e também Emílio, que o Marco é conhecido como o “Professor Pardal”!

 

 

Flávia Cintra

 

Desde sempre!

 

 

Val Paviatti

 

Desde sempre!

 

O Marco, é muito bom estar com você aqui, por favor, se apresente. Fale um pouquinho desse cenário do nosso “Professor Pardal”.

 

 

Marco  Pellegrini

 

Nossa, Val… o meu desafio aqui vai ser falar pouco.

 

 

(Risos)

 

 

Marco Pellegrini

 

Mas eu vou tentar.

 

 

Arthur Calazans

 

O Emílio é uma máquina e você é o cara das máquinas.

 

 

Marco

 

Exatamente!

 

Então eu sou o Marco Pellegrini, eu sou um homem negro de 60 anos, os cabelos baixos e faz parte de mim uma cadeira de rodas motorizada, que tem um joystick na minha frente, aqui na altura do queixo. É com isso aqui que eu movo meu mundo.

 

 

Marco Pellegrini

 

Eu nasci… acho que a história começa toda, também, mesma década sua, Emílio, em 60, década de 60.

 

E o meu desafio primeiro foi que tem uma música que diz:

 

“Deus me achou muito divertido me colocar nesse, nesse mundo desse jeito.”

 

E meio parecido com isso. É o defeito de cor, chamado. Foi assim que eu nasci, numa família negra, pobre, com poucos recursos, mas com muita vontade e com muita gana.

 

E esse… essa gana, essa vontade, se traduziu num clube, numa organização que revolucionou a questão do racismo, do enfrentamento a isso. E nos tornou pessoas muito fortes.

 

Nós que viemos dessa geração, desses pais, dessa época, desses tios, esses amigos, criamos uma palavra muito forte!

 

E já em 91, eu me achava com a vida ganha e resolvida. Estava lá no metrô, eu já tinha um Chevrolet 51 que era minha paixão dos carros antigos, tinha uma moto, tinha o carro, tinha uma casa e tinha dois filhos, um encomendado e o outro fazendo um ano.

 

Para mim estava tudo muito bem. Eu já me sentia pleno.

 

 

Marco Pellegrini

 

Só que, eu fui assaltado, levei um tiro, e isso me pôs de volta lá no posto, no ponto zero.

 

O que era aquele desafio do defeito de cor lá do início, virou o desafio de ser um tetraplégico, em 1991, em um deserto de políticas e de ações para a gente, para a nossa…

 

 

Flávia Cintra

 

Eu fiquei tetraplégica em 91 também, e era um momento que a gente não tinha o Google gente!

 

 

Marco Pellegrini

 

Nada! Não tinha informação.

 

 

Flávia Cintra

 

Total invisibilidade!

 

A Lei de Cotas nasceu em 1991.

 

 

Marco Pellegrini

 

Ela nasceu, mas não foi assinada.

 

 

Flávia Cintra

 

Não foi regulamentada, né? Só lá em 99. Então…

 

 

Marco Pellegrini

 

Só em 2000 que a coisa começou a ser fiscalizada e andar.

 

 

Flávia Cintra

 

Então, como que foi para você? Porque você ficou tetraplégico e perdeu totalmente os movimentos do pescoço pra baixo?

 

 

Marco Pellegrini

 

Exatamente. Aí meus amigos iam me visitar, amigos de trabalho, iam me visitar no hospital, e eu dizia assim, “Não joga minhas coisas fora não. Não esvazia minhas gavetas que eu vou voltar.”

 

O povo coçava a cabeça, falava, “vai cair essa ficha aí”.

 

E eu ficava pensando, pô, sair do hospital com uma cadeira completamente inadequada. Naquela época eu não tinha nada praticamente.

 

E com uma orientação que era, você vai ficar dormindo 2 horas de um lado, 2 horas do outro e duas horas sentado.

 

Pô, “legal né, bacana isso”.

 

 

Marco Pellegrini

 

Só que, saí de lá determinado a não fazer isso.

 

Saí de lá voltando para faculdade, dando continuidade à minha vida, e pensando como é que eu ia voltar a me virar.

 

E percebi logo que tinha que ter alguma ferramenta.

 

Eu tinha que conseguir me movimentar sozinho, eu tinha que conseguir digitar num computador.

 

Pô, é o que o Emílio falou, o computador acabou de chegar, em meu mundo, era tudo muito rápido, eu fazia tudo rápido, fazia tudo sozinho. E aí, de repente, preciso de uma porção de gente, preciso de vários recursos. Falei não, eu preciso teimar com isso.

 

E foi começando com uma haste que eu conseguia digitar no computador, uma mesinha que prendeu na cadeira.

 

Aí, daqui a pouco mudei para uma cadeira menos horrorosa. Então, naquela época tudo era preto, a cadeira era preta, era inteira preta ou era cromada, né, coisa de hospital.

 

Há, para não ter vírus, não ter bactéria. Parece que bactéria não gosta de cor. Deve ser isso! Era uma invenção da época.

 

E por aí eu comecei a me movimentar, a me reinserir. E descobri que tinha uma feira na Alemanha, Flávia você falou bem, não tinha nada de informação além de não ter equipamento, não tinha nada de informação, não tinha referência.

 

Descobri que tinha uma feira na Alemanha. A Reaker. Há, nós demos um jeito lá, embarcamos para isso…

 

 

Flávia Cintra

 

Foi atrás de tecnologia para tornar possível o que você desejava.

 

 

Marco Pellegrini

 

Mas o mais louco que antes de descobrir a tecnologia eu descobri o conceito disso. Porque aqui era assim né, o que a gente ouvia, está preso a uma cadeira de rodas. Tudo era muito negativo.

 

Eu cheguei num lugar que a primeira cena que eu encontro é, o sujeito, e aqui o cara montava em um skate, se arrastava num skate, mas não sentava numa cadeira de rodas, porque isso significava que ele era aleijado. No skate, não era.

 

Cheguei lá, o cara vem assim, de longe, com uma cadeira motorizada, que não existia no Brasil. Cadeira motorizada não se fabricava, não tinha importação, nada, cara vem numa velocidade assim, chega no estande que eu estou, ele desce da cadeira, pega duas muletas, e circula no estande procurando o que ele queria.

 

Eu olhei para aquilo, falei que é isso? A tecnologia está para ajudar. A cadeira não prende. Ela solta.

 

E foi dali que eu decolei, porque eu tinha levado um pouco de recursos, eram 4 mi, euros na época.

 

E eu vi uma cadeira num totem assim, no alto, da Shorts, uma empresa espanhola. Olhei para aquilo lá, “Oi, eu quero experimentar”. Ela tinha o controle no queixo.

 

Aí o cara colocou no chão, ajustou a cadeira, eu sentei, saí andando. Saí, parecia que eu tinha nascido com aquilo.

 

 

Flávia Cintra

 

Sério, não foi difícil se adaptar?

 

 

Marco Pellegrini

 

Imediatamente eu saí, fui embora.

 

 

Flávia Cintra

 

Nossa, eu atropelei muita gente antes de me adaptar.

 

 

(Risos)

 

 

Marco Pellegrini

 

Eu não atropelei ninguém e não devolvi a cadeira!

 

 

(Risos)

 

 

Val Paviatti

 

Voltou com ela.

 

 

Marco Pellegrini

 

Ele falou não, olha aqui, a feira não pode comercializar, não posso vender.

 

Falei Bom, então se me deu, porque eu não vou devolver a cadeira. Essa cadeira é minha!

 

“Não, mas eu preciso mostrar.”

 

Eu venho aqui de vez em quando, para marca de hora em hora que eu passo aqui para você mostrar a cadeira.

 

E foi assim, eu só devolvi na hora de ir pro hotel e voltava lá de manhã, pegava a cadeira e rolava na feira.

 

E foi essa cadeira que me pôs de volta, porque quando eu cheguei no INSS, montado nessa cadeira, pilotando sozinho, com o computador espetado aqui na frente e conseguindo digitar, os caras olharam, falaram assim, chama fulano, chama… daqui a pouco tinha 30 pessoas na sala, tomaram coragem, ligaram para a empresa e eu voltei a trabalhar.

 

Foi assim que começou minha história.

 

 

Flávia Cintra

 

Muito bom.

 

 

Arthur Calazans

 

E aí vou fazer a pergunta para o Emílio agora. Como é sua relação com a tecnologia e com a Inteligência Artificial Emílio?

 

 

Emílio Figueira

 

Para responder essa pergunta, preciso fazer um parêntese, falando um pouco de mim na atualidade.

 

Desde novembro de 2021, comecei a ter a diminuição de mobilidade significativa nas pernas, maior dificuldade de pronúncia e até de digitar várias horas por dia, como antigamente.

 

O que eu sempre soube que esse momento iria chegar e aceito com naturalidade e serenidade.

 

São consequências da minha própria deficiência e mais de 50 anos de desgaste dos movimentos involuntários.

 

Ainda mais pela vida bem ativa e produtiva que tive até aqui, graças ao bom Deus.

 

Só que nesse contexto, no início de 2023, a Inteligência Artificial começou a ganhar forças no mundo.

 

E, como um entusiasta comecei a estudá-la, praticar, criar artes animadas, narrações, vídeos, ilustrações de meus textos infantis para o YouTube kids, áudios de alguns dos meus livros, enfim.

 

 

Emílio Figueira

 

Além disso, tenho pesquisado muito sobre a colaboração da Inteligência e a reabilitação de pessoas com deficiência de baixa mobilidade na Educação Inclusiva.

 

E já tenho até publicados alguns artigos sobre o assunto.

 

Neste momento que começo a focar mais em minha literatura e arte, vejo na Inteligência Artificial muitas possibilidades para praticar a arte digital na produção gráfica melhorada de meus livros.

 

E, mais do que isto, com minha pronúncia mais comprometida, a Inteligência Artificial surge também como uma nova comunicação alternativa para me comunicar com meu público.

 

Inclusive, é possível criar meu próprio avatar com voz melhorada. Inclusive em vários outros idiomas.

 

Sigo tranquilo em minha mesa de trabalho, ainda cheio de ideias, criações, planos de escritas.

 

E pelo meu estado atual, preciso mais uma vez me reinventar, adaptar-me à minha nova realidade para seguir em frente.

 

E nesse meu novo contexto, vejo na Inteligência Artificial infinitas possibilidades a serem ainda exploradas.

 

 

Flávia Cintra

 

Emílio, você vê a Inteligência Artificial atuando na melhoria da reabilitação e da qualidade de vida das pessoas com deficiência?

 

 

Emílio Figueira

 

A Inteligência Artificial tem um potencial enorme para colaborar com a reabilitação e autonomia das pessoas com deficiência, transformando vidas de diversas maneiras.

 

Em primeiro lugar, as tecnologias assistivas baseadas em Inteligência Artificial, como dispositivos de leitura de texto para pessoas com deficiência visuais e próteses controladas por pensamentos, permitem que os indivíduos superem limitações físicas e sensoriais, facilitando uma maior independência.

 

Por exemplo, sistemas de reconhecimento de fala e softwares de transcrição automática ajudam pessoas com deficiência auditiva a participar de conversas em tempo real, enquanto aplicativos de navegação com orientação por voz oferecem maior mobilidade a pessoas com deficiência visual, permitindo que elas se desloquem com mais segurança e confiança.

 

 

Emílio Figueira

 

A Inteligência Artificial é fundamental na personalização de programas de reabilitação.

 

Através do uso de machine learning e análise de dados, é possível criar planos de reabilitação sob medida que atendam às necessidades específicas de cada indivíduo.

 

Isso inclui desde exercícios físicos adaptados para pessoas com deficiência motora até treinamentos cognitivos para pessoas com deficiência intelectual, garantindo um progresso mais eficaz e eficiente.

 

Os assistentes virtuais, como chatbots, também desempenham um papel importante, fornecendo suporte emocional e prático.

 

Eles podem lembrar os usuários de tomar medicamentos, marcar consultas médicas e até oferecer conselhos em momentos de crise, proporcionando uma rede de apoio constante.

 

A Inteligência Artificial contribui significativamente para a criação de ambientes mais inclusivos.

 

Tecnologias como a Internet das Coisas (IOT) e integradas com Inteligência Artificial, podem automatizar tarefas domésticas, como acender luzes ou controlar a temperatura, tornando as casas inteligentes mais acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida.

 

Outro aspecto vital é o desenvolvimento de sistemas educacionais adaptativos, que utilizam Inteligência Artificial para ajustar o ritmo e o estilo de ensino às necessidades individuais dos alunos com deficiência, promovendo uma educação mais inclusiva e eficaz.

 

Por fim, é essencial mencionar que a colaboração entre a Inteligência Artificial e os profissionais de saúde é crucial.

 

Ferramentas de Inteligência Artificial podem auxiliar médicos e terapeutas na avaliação e monitoramento contínuo do progresso dos pacientes, ajustando intervenções em tempo real para maximizar os resultados da reabilitação.

 

Em resumo, a Inteligência Artificial não só proporciona ferramentas que aumentam a autonomia e a reabilitação das pessoas com deficiência, mas também abre um mundo de possibilidades para uma vida mais independente e integrada.

 

Ao continuar desenvolvendo e implementando essas tecnologias com foco na inclusão, podemos ajudar a construir uma sociedade mais justa e acessível para todos.

 

 

Val Paviatti

 

Marco, o Emílio citou assim, várias áreas da tecnologia, da Inteligência Artificial, como na saúde, na educação.

 

Essa Inteligência Artificial, essa tecnologia, faz parte da sua rotina diária? E se faz, em qual área?

 

 

Marco Pellegrini

 

Val, faz parte da minha rotina e faz parte da rotina de uma gama enorme de pessoas com deficiência. Inclusive, é muito bacana perceber assim, que não é só em quem tem poder econômico, poder aquisitivo, porque hoje o que eu tive muita dificuldade de conseguir uma cadeira motorizada, o SUS entrega.

 

Então, acho que quando o Emílio trouxe uma série de exemplos de onde a tecnologia ela impacta, eu acho que a principal questão, a principal quebra que aconteceu, é que antes a gente se disfarçava.

 

A prótese da perna, ela tinha que ter a cor da pele da pessoa. Tinha empresa especializada em fazer o pelinho igual da perna, tinha que disfarçar, tinha que esconder o olho, que era uma prótese também. Tudo era disfarçado. Era para procurar ser igual aos demais.

 

E o que a tecnologia trouxe…

 

 

Flávia Cintra

 

É o orgulho, né?

 

 

Marco Pellegrini

 

Trouxe o orgulho, trouxe empoderamento e fez com que a gente também consiga ser tão efetivo e eficiente quanto as outras pessoas, em tempo.

 

Então, hoje eu abro porta e às vezes, antes as pessoas estavam lá para abrir a porta para mim. Hoje às vezes me liga, “o esqueci! O meu não está funcionando. Abre aqui, estou aqui na porta” ou daqui clico aqui no meu tablet e abro a porta para minha mãe chegar a entrar em casa com meu irmão, para alguém que vai entregar alguma coisa.

 

Então a tecnologia ela deu, nesses anos, ela deu um salto extraordinário que tornou barato e possível para muita gente exercer a vida de uma forma mais eficaz.

 

 

Flávia Cintra

 

Eu acho muito interessante isso, porque, tanto o Marco quanto o Emílio eles trazem exemplos de recursos que dão autonomia. E autonomia, esse poder de fazer tem tudo a ver com autoestima.

 

 

Marco Pellegrini

 

Sim!

 

 

Flávia Cintra

 

E não existe reabilitação sem resgate de autoestima, sem esse empoderamento, e esse conforto com o que eu vejo no espelho, sabe?

 

 

Marco Pellegrini

 

Sim.

 

 

Flávia Cintra

 

Sair desse modelo, de querer, fingir que não tem a deficiência, ocultar ou parecer, mas assumir esse recurso como algo que faz parte da gente e é motivo de orgulho.

 

 

Marco Pellegrini

 

E no processo de reabilitação, lá dentro do Instituto de Reabilitação, teve uma mudança, porque antes eles ficavam lá reabilitando o braço, a fala, a perna, e passaram a reabilitar a pessoa para a vida.

 

Então não está, não está tão bom quanto, mas está bom para se virar, já com esses outros recursos de apoio. Segue em frente.

 

 

Arthur Calazans

 

Eu estou adorando essa conversa, mas vejo que a tecnologia foi fundamental para trazer esse orgulho. Mas não só a tecnologia, porque hoje a gente também vê as pessoas com deficiência auditiva, os surdos conversando em libras naturalmente, dentro de estações do metrô. Então você vê a língua de sinais…

 

 

Flávia Cintra

 

É a identidade!

 

 

Arthur Calazans

 

A identidade da pessoa com deficiência mais fortalecida pelo trabalho de vocês e pela presença da pessoa com deficiência na cidade.

 

Então tem uma presença e tem uma identidade. Então essa língua gestual também, ela não é mais escondida, as pessoas falam e fica todo mundo olhando assustado. Então, tem uma presença importante na cidade, tem uma identidade ali sendo marcada.

 

 

Marco Pellegrini

 

E virou uma obrigação de lei. Então hoje, o surdo ele tem direito a ter essa interpretação pelo sistema de telefonia.

 

Então quem compra um celular e não escuta pelo modo convencional, ele vai se utilizar da interpretação da central de Libras da operadora, é uma obrigação e isso traz protagonismo.

 

Então as pessoas passaram a se colocar, você não manda mais alguém atrás dessa questão pra resolver pra você.

 

 

Flávia Cintra

 

Essa tecnologia torna possível e viável soluções que lá atrás, nos anos 90, a gente nem vislumbrava que fosse possível.

 

 

Arthur Calazans

 

Então uma sociedade democrática também, mais tecnologia, fortalece a democracia, então?

 

 

Flávia Cintra

 

E tudo começa na educação, né?

 

 

Arthur Calazans

 

Com certeza! E essa pergunta que eu tenho para te fazer Emílio. Como é que a Inteligência Artificial pode ajudar na Educação Inclusiva?

 

 

Emílio Figueira

 

Eu tenho escrito vários artigos sobre Inteligência Artificial e pessoas com deficiência. E esse tópico em específico é o mais procurado e lido.

 

Vamos lá!

 

A Inteligência Artificial tem o potencial de transformar a Educação Inclusiva, proporcionando um ambiente de aprendizado mais acessível e personalizado, usado para todos os estudantes, especialmente aqueles com necessidades especiais.

 

Posso até destacar algumas maneiras pelas quais a Inteligência Artificial pode apoiar a Educação Inclusiva.

 

Personalização do ensino da Inteligência Artificial analisa os dados dos alunos para criar planos de ensino personalizados, atendendo as necessidades específicas de cada um.

 

 

Emílio Figueira

 

Tecnologias assistivas e ferramentas como leitores de texto para deficientes visuais e reconhecimento de fala para dificuldades motoras facilitam o aprendizado.

 

Identificação precoce de algoritmos de Inteligência Artificial detectam sinais de dificuldades de aprendizado cedo, permitindo intervenções rápidas.

 

Apoio a professores e a Inteligência Artificial automatiza tarefas administrativas, liberando o tempo para o ensino e apoio individualizado.

 

Inclusão digital da Inteligência Artificial ajuda a criar plataformas acessíveis com materiais em vários formatos, como áudio e texto.

 

Comunicação e aplicativos de Inteligência Artificial melhoram a comunicação entre professores, alunos e pais, com traduções automáticas e chatbots.

 

Feedback contínuo e a Inteligência Artificial oferecem feedback constante, permitindo ajustes rápidos nos métodos de ensino.

 

Mas é importante destacar. Apesar de todo o potencial, é importante lembrar que a Inteligência Artificial deve ser usada como uma ferramenta complementar e não substitui a interação humana.

 

A implementação dessas tecnologias deve ser feita de forma ética e responsável, respeitando a privacidade e os direitos dos alunos.

 

Com o uso adequado e responsável da Inteligência Artificial, podemos criar um ambiente educacional onde todos os alunos, independentemente de suas habilidades, tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial.

 

 

Arthur Calazans

 

Eu fiquei fascinado por essa resposta, Emílio. E tudo isso que você disse, não serve só para a pessoa com deficiência.

 

Dentro de uma sala de atividades de educação infantil, dentro de uma sala de aula do ensino fundamental um, dois, no ensino médio, dentro de uma empresa, serve para todo mundo.

 

Então, dentro de uma sala, quando a gente tem 30 crianças, diferentes, crianças com e sem deficiência, todos esses recursos ajudam.

 

 

Arthur Calazans

 

Outro dia ouvi uma professora que fez com marca texto. Ela marcou o texto, fez uma marcação no texto. Isso ajudou um determinado sujeito que estava na sala, mas ajudou outros quatro, que também tinham a mesma dificuldade, mas não estava ali apresentado.

 

Se a gente consegue perceber, é, isso antecipadamente, com a ajuda da Inteligência Artificial ou da tecnologia, a gente ganha para a educação para todos, numa educação para todos.

 

 

Val Paviatti

 

E nessa conversa toda eu estou entendendo que, tecnologia, ela gera autonomia e gera autoestima, como você disse.

 

 

Arthur Calazans

 

Identidade!

 

 

Val Paviatti

 

Identidade…

 

 

Arthur Calazans

 

Democracia!

 

 

Val Paviatti

 

E olha quantos pontos, vamos começar aí, né?

 

 

Marco Pellegrini

 

Privacidade inclusive!

 

Você sabe que, alguns anos atrás, para sair, para ir ao banco, dava um trabalho!

 

Põe no carro, carrega no colo, põe no carro, tira do carro, desmonta a cadeira, monta a cadeira.

 

Aí vem um carro que tem o guincho. Você sobe com a própria cadeira, sem falar com segurança e vai.

 

Aí você passa, a exercer essa função. Não é o outro que faz para você.

 

Você ia telefonar, mexer com aplicativo, que aliás, não existia aplicativo de banco, né?

 

Mas você ia ligar, ia fazer, a pessoa ia ligar para você, sabia para quem você ia ligar, sabia o que você ia dizer, ficava ali próximo para poder desligar o telefone.

 

Tudo isso é privacidade. É a intimidade que você preserva na pessoa.

 

É muito importante nesse jogo da vida, a gente conseguir agir dessa forma.

 

E no ambiente de trabalho e no ambiente escolar mais ainda! Porque aí é que você se impõe, você coloca sua voz. Você se coloca fortemente, não através de outro, não através da mediação.

 

Então a tecnologia, ela trouxe isso para a gente. E trouxe isso com velocidade, então não sei, mas eu me lembro da dificuldade, Emílio, essa coisa de escrever me causa uma ansiedade.

 

Sempre me causou, porque eu deito lá, ás vezes lembro de uma coisa, eu começo a pensar, bolo um texto, bolo não sei o que, eu acordo com aquele negócio engasgado. E aí eu vou escrever aqui. 

 

Fincando letra por letra, com a parte presa a boca. Hoje não. Vou lá e vou ditando ele vai escrevendo. Depois só passa e corrige. Não perco o fio da meada, não perco o fluxo é rápido, a adversidade diminui.

 

 

Flávia

 

A velocidade de pensamento…

 

 

Marco Pellegrini

 

Não perde a velocidade de pensamento…

 

 

Flávia Cintra

 

Insights que você teve.

 

 

Marco Pellegrini

 

Então a tecnologia trouxe tudo isso para a gente, né?

 

E principalmente a nível de custo. Porque antes automatizar uma casa, ligar umas poucas luzes, fazer alguma coisa, era hoje por aproximadamente 40, 50 mil reais.

 

Hoje, com 2 mil reais, você faz um milagre assim, um verdadeiro milagre na sua vida.

 

 

Flávia Cintra

 

Marco, você usa, só para entender, você comanda por voz e pelo joystick da sua cadeira, também?

 

 

Marco Pellegrini

 

Também. E pelos óculos, tanto faz, tanto a cama, quanto a iluminação quanto a porta, o portão, tudo funciona por todas essas alternativas de acionamento.

 

 

Flávia Cintra

 

Eu acho que, a tecnologia na nossa vida concreta dentro da nossa casa, assim, diariamente, é algo que não é mais tão assustador, porque, já está meio que incorporado e se tornou um desejo para a maioria das pessoas.

 

Mas a tecnologia… ramificada na área de Inteligência Artificial, ainda gera uma insegurança e o medo que eu achei muito legal que o Emílio trouxe, dos profissionais temerem serem substituídos.

 

E, acho que é natural que as pessoas fiquem inseguras diante de algo tão revolucionário e novo, né Emílio, mas, você tem que ter muito repertório. Você tem que ter muito conteúdo para poder dirigir a Inteligência Artificial a ponto dela criar um conteúdo que você queira.

 

Você precisa saber o que você quer. Você precisa saber dar os comandos. Você precisa fazer as correções e as mudanças de rota desse conteúdo. 

 

É assim que você trabalha, Emílio?

 

 

Emílio Figueira

 

É que a maneira que eu trabalho, você tem que perguntar o que fazer e o que você entendeu. É como comandá-las, pois, é você que comanda.

 

 

Flávia Cintra

 

E a gente está ainda se acostumando com essa nova realidade e o próximo passo é entender como ela funciona, aprender os comandos para usar isso a nosso favor.

 

 

Marco Pellegrini

 

Emílio, está certo pensar que a Inteligência Artificial ela sistematize e quem pensa é o ser humano?

 

 

Emílio Figueira

 

É a gente que comanda a I.A., não ela que comanda a gente! Ela faz o que a gente pede, ela não tem interesse próprio, então é a gente que comanda ela e não o contrário.

 

 

Flávia Cintra

 

O resumo é a gente tem que comandar ela e não permitir que ela comande a gente.

 

Mas que a gente saiba usá-la para melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas e entrar nessa onda revolucionária que mudou o mundo, mudou o jeito das pessoas viverem, está mudando muito rapidamente e porque seria diferente para nós que temos alguma deficiência, vamos surfar nessa onda, né Emílio?

 

 

Emílio Figueira

 

Com certeza!

 

 

Flávia Cintra

 

E trazer a tecnologia e as facilidades para dentro da nossa vida. E com isso a gente está encerrando mais um episódio.

 

 

Todas as pessoas

 

Aaaah!

 

 

Flávia Cintra

 

Bom demais!

 

 

Val Paviatti

 

Sempre muito, muito bom estar aqui com vocês, com você também do outro lado, trocando conhecimento e qualquer questão coloca embaixo, de dicas para a gente de pauta a gente está aqui aberto para isso. Né, Flávia e Artur?

 

 

Flávia Cintra

 

Lembrando que a versão acessível desse podcast está no nosso site,

www.iparadigma.org.br.

 

Lá você encontra a versão em Libras, traduzida para a Língua de Sinais pelo avatar do nosso parceiro Hand Talk, e também a transcrição de tudo o que foi dito aqui.

 

Obrigada gente!

 

 

Arthur Calasans 

 

Dê sua sugestão, comente o podcast “Pessoas Incluindo Pessoas” está no Spotify e é aberta a sugestões.

 

 

Flávia Cintra

 

Muito bom, Valeu! Obrigada! Adorei te ver Emílio!

 

 

Emílio Figueira

 

Eu agradeço o convite e qualquer coisa é só me chamar.

 

 

Marco Pellegrini

 

Valeu! Foi muito bom estar aqui.

 

 

Flávia Cintra

 

Muito Bom, valeu, obrigada e vamos deixar também os contatos do Emílio no final da nossa transcrição do podcast, com o site do Emílio, para as pessoas que quiserem aprender mais e conseguir também encontrar os seus, tanto, as centenas de textos artigos e livros.

 

 

Arthur Calasans

 

Os livros sobre Educação Inclusiva do Emílio muito bom a história da professora Maroca…

 

 

Flávia Cintra

 

Gente, até a próxima!

 

 

MEMORIAL EMÍLIO FIGUEIRA (EmílioFigueira.com.br) 

 

 

Vinheta

 

 

Val Paviatti  

 

Esse episódio contou com a apresentação de Flávia Cintra, Arthur Calasans, Val Paviatti.

 

 

Entrevistados Emílio Figueira e Marco Pelegrini

 

 

Equipe técnica:

 

 

Captação de áudio – João Pedro Teixeira

 

 

Edição e Masterização – Shirley Valentina

 

 

Produção e edição – Uirá Vital.

 

 

Transcrição – Celso Vital e Silva.

 

 

Vinheta

 

 

Você ouviu “Pessoas Incluindo Pessoas” – o podcast do Instituto Paradigma.

 

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