Créditos: Acervo pessoal
Por Elsa Villon
“Nenhum autista é igual ao outro.” A fala de Nicolas Brito Sales representa seu maior desejo de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), com celebrações ao longo de todo o mês de abril.
Segundo ele, é importante destacar que há muita desinformação sobre o tema e que uma das formas de eliminar barreiras e preconceitos é consultar pessoas e fontes que prezam pela ciência e disseminam informações verdadeiras, sem prometer cura ou normatização do TEA.
A infância e a fase escolar
É na infância que geralmente o autismo é diagnosticado, pois está relacionado ao desenvolvimento cognitivo da criança, na fala e nas etapas de socialização e desenvolvimento escolar. Assim foi com Nicolas, jovem de 23 anos, escritor, fotógrafo e palestrante, que conta que a sua infância foi diferente das demais crianças.
Até os cinco anos, Nicolas não falava, tinha muitas questões de restrição alimentar e ficava muito doente. Ele também destaca que não fazia amizades e não tinha vontade de ir às festas de aniversário. O preconceito e o bullying marcaram sua trajetória escolar e ele desenvolveu a fala com quase 12 anos de idade.
A presença da sua mãe, Anita, foi fundamental para auxiliar no processo de inclusão escolar. Ela apoiou professores e demais estudantes na sua inclusão: “Eu entrei na escola não verbal e sai orador da turma”, comemora o jovem.
Além do apoio familiar, o papel dos educadores também é crucial para criar um ambiente inclusivo e acolhedor para crianças e jovens com autismo: Os professores que foram bons ajudaram-me muito, e é isso que importa”.
Novos desafios pós-pandemia
A pandemia interrompeu os trabalhos de muita gente e, para Nicolas, que, além de escritor, também atua como palestrante e fotógrafo, não foi diferente. “Eu estou trabalhando muito agora e quero trabalhar mais, para me aposentar logo”, comenta o jovem, que também contou que tem os interesses de viajar, conhecer diversos lugares do mundo e se casar.
Quando questionado sobre o que gostaria que as pessoas soubessem sobre ser autista, ele afirma que ninguém deve falar pelo próprio filho e finaliza: “Nem todo ser humano é autista, mas todo autista é ser humano e merece respeito, e cada um tem a sua história”.