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No Brasil, o Dia do Escritor é celebrado em 25 de julho, quando em 1960 ocorreu o I Festival Brasileiro de Escritores, patrocinado pela União Brasileira de Escritores (UBE), que tinha Jorge Amado como vice-presidente. A data foi sancionada pelo então Ministro da Cultura Pedro Paulo Penido e, desde então, é usada para celebrar a literatura nacional.
Para valorizar escritoras e escritores brasileiros com deficiência, destacamos alguns nomes para servir de inspiração para os aspirantes ao ofício da escrita. Confira:
Ana Parreira
Nascida em Bairiri, a psicóloga e escritora descobriu que tinha Síndrome de Asperger na fase adulta, já formada e mãe. Foi na tentativa de diagnosticar o filho que ela reconheceu o espectro em si mesma, confirmado por dois médicos. A partir de então, passou a escrever sobre o tema, em “Gente Asperger – Livro I”, além de “Tango com Lobos – Cantos proibidos de uma Apie”, “Assédio Moral – Manual de Sobrevivência” e mais dez livros ainda não publicados. Foi também amiga da escritora Hilda Hilst e frequentava sua conhecida Casa do Sol, em Campinas.
Cristiano Camargo
O autor de Ribeirão Preto descobriu que tinha Síndrome de Asperger aos 41 anos, depois de ter publicado três livros e vencido dois concursos literários. Atualmente com 57 anos, é também editor, palestrante, dono de uma editora e ativista pelos direitos de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Sua primeira obra foi “Inesperado Salvador”, escrita aos 12 anos de idade, premiada e publicada em uma coletânea por um concurso do Círculo do Livro, em 1979. Dez anos depois, lançou “Jornada ao Vale Deslumbrante”. Em 1997, lançou “Mistério do Grande Urso”, que lhe rendeu o prêmio de publicação na coletânea “Melhores Escritores de São Paulo”. “Automato e outras histórias”, de 2005, conquistou o primeiro lugar na categoria do prêmio Arthur Bispo do Rosário, em 2009. Sobre o autismo, o autor escreveu a obra “Autista com muito orgulho – A Síndrome vista pelo lado de dentro”. Atualmente, conta com mais de 170 livros publicados.
Lia Crespo
Lia teve sequelas da paralisia infantil já ao um ano de idade. Nascida em 1954, desde a década de 1980 passou a militar pela causa das pessoas com deficiência. É jornalista formada pela Faculdade Cásper Líbero, mestre em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP), e doutora em História Social pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Foi cofundadora do Núcleo de Integração de Deficientes (NID) e do Centro de Vida Independente Araci Nallin. É autora de dois livros infantis: “Júlia e seus amigos” e “Uma nova amiga”.
Marcelo Rubens Paiva
Escritor, dramaturgo e jornalista, Marcelo Rubens Paiva ganhou notoriedade com seu primeiro romance “Feliz Ano Velho”, que conta sua vida após o acidente que o deixou tetraplégico. É formado em Rádio e TV pela USP e em Teoria Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Entre as suas obras também estão: “Blecaute”, “Ua brari”, “Bala na Agulha”, “As Fêmeas”, “Não És Tu, Brasil”, “Malu de Bicicleta”, “O Homem que Conhecia as Mulheres”, “A Segunda Vez que Te Conheci”, “Marcelo Rubens Paiva – Crônicas para ler na Escola”, “E Aí, Comeu?”, “As Verdades Que Ela Não Diz”, “1 drible, 2 dribles, 3 dribles: manual do pequeno craque cidadão”, “Ainda Estou Aqui”, “Meninos em Fúria”, “O Orangotango Marxista” e “O Homem Ridículo”, além de diversas peças teatrais e roteiros de cinema. É ganhador de dois prêmios Jabuti e um Moinho Santista.
Markiano Charan Filho
Markiano ficou cego logo que nasceu. Por isso, ainda criança, aprendeu o sistema braile para desenvolver a escrita. Presidente da Associação dos Deficientes Visuais e Amigos (ADEVA), é formado em Processamento de Dados, pela Escola Técnica Federal de São Paulo, graduado em Letras pela Pontifícia Católica de São Paulo (PUC-SP), e especialista em Educação Inclusiva pela PUC-MG. É autor de diversas crônicas e livros infantis, como “Rodrigo enxerga tudo”, “Rodrigo bom de bola” e “Rodrigo na Era Digital”.
Sueli Ramalho Segala
É atriz, escritora, professora de línguas e intérprete de Libras. Nascida surda em uma família de surdos, seu primeiro idioma foi a Libras. Aos quatro anos, por estímulo dos pais, passou a dar aulas de língua portuguesa para surdos na Associação de Surdos. É formada em Letras (português-espanhol), pelo Centro Universitário Unisant’Anna; graduada em Letras-Libras, pela Universidade Federal de Santa Catarina; e pós-graduada em Gestão de Pessoas em RH, também pelo Centro Universitário UniSant’Anna. Suas obras são: “Revista em 10 fascículos de Língua de Sinais: A Imagem do Pensamento”, em coautoria com Catarina Kiguti Kojima; “ABC em Libras”, em coautoria com Benita Reis; e o livro “A Imagem do Pensamento”, da editora Escala Internacional.