A grande dificuldade em conceituar a deficiência intelectual trouxe consequências na maneira de lidarmos com ela. Ela é objeto de investigação de inúmeras áreas do conhecimento. A avaliação dos alunos com deficiência intelectual, como a dos demais alunos da classe, visa o reconhecimento dos avanços do aluno no entendimento dos conteúdos curriculares e no desenvolvimento de habilidades e competências para sua série / etapa / ciclo. A única diferença que há entre os alunos sem deficiência e os alunos com deficiência intelectual está no planejamento de recursos de acessibilidade que devem ser colocados à disposição desses alunos para que possam aprender com equiparação de oportunidades de expressão garantidas as adaptações necessárias. Há uma grande gama de recursos da tecnologia assistiva hoje já disponíveis,; enfim, tudo aquilo que é necessário para suprir necessidades impostas pela deficiência. No caso do aluno com deficiência intelectual a grande questão está no bom planejamento das atividades pedagógicas, garantindo uma linguagem assertiva na comunicação, vinculada as suas experiências de vida, a escolha de atividades utilizando exemplos concretos e práticos que ajudem o aluno a estabelecer relações, elaborar suas conclusões e aprendizagens do processo. É na forma como este aluno percorre estas experiências que poderemos observar seus avanços e dificuldades frente ao conteúdo escolar proposto. Medir somente o resultado final da atividade, não nos traz muita informação sobre este aluno. O importante é que esses progressos sirvam de instrumento para que o professor verifique o que e como o aluno aprendeu e planeje estratégias diferenciadas para que ele não pare de avançar. Essas observações também servirão para o planejamento dos objetivos e desafios pedagógicos seguintes. A avaliação assim compreendida, deverá ter uma estreita relação com o processo de ensino-aprendizagem, e de forma contínua. Procura-se conhecer os progressos e também as estratégias de trabalho utilizadas pelos alunos para aprender. Diferentes instrumentos de avaliação devem ser utilizados tais como: relatórios bimensais com observações individuais e coletivas, além dos portfólios com anotações diárias, onde estão contidas todas as observações e estratégias dos alunos durante a execução das suas atividades. O portfólio é um instrumento que permite ao aluno, professores e pais, perceberem como se iniciou o trabalho e como ele se desenvolveu e, consequentemente, as suas aquisições, predefinindo futuros trabalhos, conforme os focos de interesse que irão surgindo no processo de aprendizagem. No caso dos alunos com deficiências, os portfólios podem facilitar a tomada de decisão sobre quais os recursos de acessibilidade que deverão ser oferecidos e qual o grau de sucesso que está sendo obtido com o seu uso. Eles permitem que tomemos conhecimento não só das dificuldades, mas também das habilidades dos alunos, para que, por meio dos recursos necessários, estas habilidades sejam ampliadas. Este registro poderá também colaborar expressivamente nos conselhos de classe, e nas decisões da equipe escolar em relação a promoção ou retenção do aluno no seu percurso escolar. Esta maneira de avaliar permite que o professor acompanhe o processo de aprendizagem de seus alunos e descubra que cada aluno desenvolve o seu método próprio de construir conhecimentos, o que torna inadequado a adoção de uma única metodologia como recurso de avaliação, como se houvesse homogeneidade no processo de aprendizagem.
Educação Inclusiva
Muitos educadores relatam a dificuldade de avaliar os alunos com deficiência intelectual, visto que ao aplicarem uma prova a todos os alunos, esperam resultados condizentes aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Como avaliar esses alunos e quais indicadores ou critérios podem sugerir o avanço na aprendizagem?
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