Educação Inclusiva

Um discurso muito comum entre os educadores é que não se consideram “preparados” para lidar com a inclusão. Como incluir os alunos com deficiência e outras necessidades educacionais especiais em classes regulares, sem que o professor tenha a formação ou a consciência sobre o seu papel frente a esse aluno?

Devemos partir de uma situação concreta, e que não mais está posta em discussão que é o processo de inclusão educacional dos alunos com deficiência na rede regular de ensino. É lei e há mecanismos de monitoramento já adotados pelo MEC e por nosso País, como signatário da Convenção Internacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência da ONU. No entanto, o processo de inclusão se revela para além da relação professor – aluno, no âmbito da sala de aula. As lideranças responsáveis pela gestão dos serviços educacionais, quer estes sejam públicos ou privados, deverão organizar um planejamento estratégico para a implantação e gerenciamento dos processos da educação inclusiva. Deverão considerar: a adequação da infraestrutura escolar; acessibilidade arquitetônica; a oferta do atendimento educacional especializado; material pedagógico acessível e adaptado às necessidades dos alunos, formação continuada aos professores e equipe escolar e diálogo permanente com as famílias. A formação para a educação inclusiva provoca a necessidade de uma profunda discussão sobre o currículo e as rotinas pedagógicas adotadas pela escola. Como o processo de inclusão e a chegada dos alunos com deficiência nas escolas tem se dado de forma ampliada e recorrente, não há uma melhor receita para esta formação. O importante é possibilitar que a informação flua entre os professores, por meio de espaços para trocas de experiências e divulgação das boas práticas. Além disso, levantar a real necessidade e interesse dos professores sobre os temas a serem abordados nas formações possibilita um planejamento de conteúdos e estratégias didáticas mais aderentes a realidade desses professores em sala de aula. Outra questão importante nessas formações é não reforçar a abordagem clínica da compreensão das deficiências, que muitas vezes leva os professores a se deslocarem para a situação da “discussão de casos”, debruçando-se mais na pergunta “o que o meu aluno têm?” ao invés de perguntar “o que o meu aluno sabe e como ele aprende?”

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