O piauiense João Maia, não consegue enxergar, mas isto não impede que exerça a profissão de fotógrafo. Sem o apoio da visão, João conta com seus outros sentidos para fazer os cliques: a audição, o tato, o olfato e o mais importante deles: o coração. “Percebia certas formas e cores. Dentro de um ou dois anos, a luz se apagou.”
Homem negro, nordestino, sorriso largo, encontrou na fotografia e nos estudos sobre imagem uma nova forma de ver o mundo: ” É maravilhoso poder mostrar o mundo como eu ‘vejo’, Eu não preciso ver para fazer fotografia, eu sinto, eu fotografo com o coração.” Fotografia é sensibilidade, afirma Maia. Seu trabalho foi reconhecido no Brasil, rendendo-lhe convites para fotografia, oficinas, palestras e exposições. Entre 2008 e 2015, dedicou-se a diversos cursos durante a adolescência, que se tornaram uma importante fonte de realização. A redescoberta da fotografia começa, a mágica em sua vida acontece.
Amigos dizem a ele onde os atletas estão colocados. Quando o cronômetro durante as competições, João é colocado em uma instalação esportiva. O seu trabalhos nas Paraolimpíadas durante as edições Rio 2016 e Tóquio 2020 é o retrato desse sentido que aflora a sensibilidade de um grande fotografo. Em Paris 2024, ele se prepara acrescentando uma especialização em João foi o primeiro fotógrafo cego a cobrir os Jogos Paraolímpicos.
Com menos de 30 dias para o inicio dos jogos Paraolímpicos João representará o Brasil mais uma vez em Paris 2024. Agora em Paris, João Maia terá mais uma missão. Nesse momento deixa as câmeras e teleobjetivas de lado para compartilhar as imagens que capturou durante os anos de trabalho como Fotojornalista em duas exposições fotográficas em solo francês. Serão dois momentos em homenagem a esse grande fotógrafo brasileiro, expoente da fotografia cega no Brasil.
Serão dois momentos de exposição dos trabalhos de João Maia: Universidade de Sorbonne e o Instituo Louis Braille em Paris.