Educação Inclusiva

Qual a importância da estimulação precoce para os alunos com deficiência que iniciam sua escolaridade nos primeiros anos de vida?

De acordo com estimativas aceitas mundialmente e divulgadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 10% da população, mundial, apresenta algum tipo de deficiência. Essa porcentagem varia de acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das cidades. Portanto, as condições de pobreza, desnutrição e precariedade do atendimento primário à saúde e exclusão social influenciam significativamente este quadro. Essa falta de estímulos, de alimentação adequada, bem como alguns aspectos específicos da família, leva muitas dessas crianças a apresentarem atrasos no desenvolvimento. Atrasos estes que poderiam ser amenizados, em muito, caso fossem detectados precocemente. O desenvolvimento é um processo de mudanças complexas e interligadas das quais participam todos os aspectos de crescimento e maturação do organismo humano. O movimento implica a elaboração e desenvolvimento de todas as funções mentais e motoras que estão em uma relação dialética constante. Um bom desenvolvimento motor repercute na vida futura da criança nos aspectos sociais, intelectuais e culturais, pois quando alguma dificuldade motora se manifesta, poderá afetar sua auto estima, fazendo com que a criança se retraia ou crie formas compensatórias de interagir com seu meio e seus pares e consequentemente, deixa de realizar ou realiza com pouca frequência determinadas atividades, compatíveis com sua faixa etária. A capacidade do organismo em se adaptar ao meio e a plasticidade cerebral estão relacionadas diretamente à qualidade, duração e a forma de estimulação que o indivíduo recebe. Ainda, os conceitos de plasticidade sugerem que o sistema nervoso central pode suprir uma função exercida por uma área lesada do encéfalo por outra não lesada ou menos lesada. Pesquisas mostram que se um trabalho de estimulação for realizado de maneira adequada, nos primeiros anos de vida, poderá causar significativas modificações no desenvolvimento global de crianças com deficiência, principalmente quando a intervenção terapêutica é associada ao comprometimento familiar. Quanto mais tarde a criança for exposta a estimulação, mais defasado estará o seu desenvolvimento motor, acarretando perdas irreparáveis de ordem sensorial, espacial, cognitiva, etc.

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